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Manada de queixadas em aeroporto pode ter sido a causa do acidente que matou arquiteto chinês

Uma manada de queixadas, espécie de porcos selvagens, pode ter sido a causa que levou ao acidente do avião de pequeno porte no Pantanal (MS), ontem, e que resultou na morte de quatro pessoas, entre os quais o renomado arquiteto chinês Kongjian Yu.

O avião arremeteu devido à presença de porcos selvagens na pista. A informação consta no laudo preliminar do Corpo de Bombeiros para a causa do acidente, a partir do relato de pessoas que presenciaram a queda da aeronave.

Testemunhas relataram aos bombeiros que os porcos invadiram a pista de pouso e o piloto precisou arremeter para não atingir os animais. Com o movimento súbito, a aeronave perdeu altitude e caiu a 100 metros da pista, pegando fogo em seguida.

No avião estavam o arquiteto chinês Kongjian Yu, os cineastas Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Jr. e o piloto Marcelo Pereira de Barros.

Cidades esponja

O conceito de cidades-esponja, criado pelo arquiteto chinês Kongjian Yu, refere-se a um modelo urbanístico inovador e sustentável que transforma as cidades em áreas capazes de absorver, armazenar e reutilizar a água da chuva. Esse conceito surgiu como resposta a problemas causados pela urbanização acelerada e desordenada, que aumenta a impermeabilização do solo, prejudica o escoamento natural da água e intensifica enchentes urbanas. A ideia é tornar as cidades mais resilientes às mudanças climáticas e às variações climáticas extremas, como fortes chuvas e secas prolongadas.

Era sobre isso que ele veio falar no Brasil na Bienal de Arquitetura em São Paulo e de onde partiu para gravar o documentário que estava sendo  produzido pelos cineastas brasileiros.

Cidades-esponja funcionam com a integração de infraestruturas verdes e azuis, como parques alagáveis, jardins de chuva, telhados verdes, praças que acumulam água temporariamente, lagos urbanos e pavimentos permeáveis. Esses elementos absorvem e retêm a água da chuva no local onde ela cai, impedindo que grandes volumes de água causem enchentes e alagamentos. A água armazenada pode ser liberada lentamente para o solo ou reutilizada em períodos de seca, contribuindo para a manutenção da umidade urbana e o abastecimento alternativo.

O conceito tem seu embasamento no ciclo natural da água, buscando mimetizar como a natureza gerencia a água da chuva em ecossistemas saudáveis, onde o solo e a vegetação absorvem, filtram e armazenam a água. Em cidades tradicionais, o uso excessivo de concreto, canalizações e sistemas artificiais tenta controlar a água de forma rígida, muitas vezes falhando em situações de chuva forte e provocando desastres como enchentes e transbordamentos.

No Brasil, um caso emblemático está no estado do Rio Grande do Sul, que enfrentou enchentes recorrentes. Projetos baseados na renaturalização de rios e criação de áreas verdes que absorvem a água da chuva têm sido implementados para evitar inundações. A cidade de Curitiba é outro exemplo e desde a década de 1970 investe em parques que atuam como reservatórios naturais, como o Parque Barigui e outros, que ajudam na contenção e absorção de água após chuvas fortes. Esses parques oferecem também espaços de lazer, além da função ambiental e hídrica.

No Rio de Janeiro, a prefeitura sancionou leis para a implementação do conceito, com destaque para a criação de espaços permeáveis e jardins de chuva, que promovem a infiltração da água e aliviam a pressão sobre o sistema de drenagem urbana. Essas medidas contribuem para a redução das enchentes, melhoram a qualidade da água e ajudam a mitigar o efeito das ilhas de calor, comuns em áreas urbanas densas.

Em Santos há um projeto para melhoria do sistema de drenagem com redes subterrâneas para evitar o escoamento superficial da água, substituindo as sarjetas tradicionais, o que também está alinhado à ideia de maior controle sustentável das águas pluviais.

 


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