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Petrobras projeta retomada da exploração offshore na Bacia Potiguar e planta piloto de hidrogênio em Assu

 

A Petrobras apresentou nesta quinta-feira (27) o seu Plano de Negócios 2026–2030, e o Rio Grande do Norte aparece em duas frentes estratégicas: a retomada da exploração offshore na Bacia Potiguar e a entrada do estado no mapa nacional da transição energética, com a implantação de uma planta piloto de hidrogênio de baixo carbono no Vale do Açu.

No campo exploratório, o RN figura como uma das prioridades da companhia na Margem Equatorial. A Petrobras confirma que vai avançar para a perfuração do poço Mãe de Ouro, considerado um dos projetos de maior potencial na Bacia Potiguar.

A Bacia Potiguar é citada no plano como área que receberá parte dos US$ 7,1 bilhões previstos para exploração nos próximos anos, reforçando que o estado volta ao radar da estatal depois de um período de retração.

Segundo a Petrobras, o Mãe de Ouro é resultado direto do “sucesso da campanha exploratória iniciada em 2023 e 2024”, e marca uma nova etapa no ciclo de exploração da bacia marítima potiguar, considerada há décadas como uma área madura, mas agora reposicionada como uma fronteira com novas perspectivas.

Além do Mãe de Ouro, o plano indica que a Margem Equatorial — faixa que inclui RN, CE, MA, PA e AP — terá 15 poços perfurados, com a estatal operando blocos exclusivamente ou em parceria. No caso do Rio Grande do Norte, o bloco POT-M-762 está entre os que integram o programa.

RN entra no núcleo da estratégia de hidrogênio da Petrobras

Além da exploração offshore, o Plano de Negócios coloca o Rio Grande do Norte em posição de destaque na agenda de descarbonização da Petrobras. A companhia escolheu o Vale do Açu para instalar uma planta piloto de hidrogênio de baixa emissão, com capacidade de 2 MW de eletrólise, prevista para entrar em operação já em 2026.

A estrutura será instalada na área da atual termelétrica do Vale do Açu e tem caráter experimental: servirá para desenvolver tecnologia, treinar equipes, testar a viabilidade de produção em escala e apoiar o desenvolvimento de combustíveis derivados, como amônia e e-fuels. Esse piloto é, hoje, a iniciativa mais concreta da Petrobras com hidrogênio em território nordestino e a única listada diretamente para o RN.

A aposta no Vale do Açu coloca o estado no centro da discussão sobre novos vetores energéticos. A localização é estratégica: próxima à infraestrutura de gás, conectada ao polo industrial local e inserida em uma região com forte vocação renovável, somando energia eólica, solar e biomassa.

A transição energética no plano da Petrobras

Enquanto mantém foco na exploração de óleo e gás, a Petrobras ampliou sua presença no setor de baixo carbono. No seu plano, a empresa assume compromissos na produção de biocombustíveis, diesel R, SAF (combustível sustentável de aviação), projetos de captura e armazenamento de carbono (CCS) e agora entra de forma estruturada no hidrogênio de baixa emissão.

O documento projeta que, somando investimentos diretos e indiretos, as ações da Petrobras no plano 2026–2030 podem gerar 311 mil empregos no país.

Com a combinação da retomada exploratória offshore e do projeto de hidrogênio, o Rio Grande do Norte volta a ocupar uma posição estratégica dentro do planejamento da maior empresa do país.

A perfuração do Mãe de Ouro e a possível abertura de novas frentes produtivas na Margem Equatorial  reacende expectativas de aumento nas participações governamentais dos municípios produtores. Já o piloto de hidrogênio sinaliza um movimento que pode se converter, nos próximos anos, em cadeias produtivas inéditas no RN, gerando demanda por serviços especializados, qualificação de mão de obra e atração de fornecedores para o Vale do Açu.

 


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