O cardeal George Jacob Koovakad, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, uma espécie de ministério do Vaticano, abriu o Colóquio Budista-Cristão no Camboja que reúne cerca de 150 representantes das duas religiões sob o tema “Budistas e cristãos trabalhando juntos pela paz por meio da reconciliação e da resiliência”
O objetivo do encontro é justamente buscar o diálogo, que tem sido, a palavra chave no pontificado de Leão XIV. O cardeal Koovakad disse na abertura: "esta sessão oferece um espaço sagrado no qual budistas e cristãos se reúnem não apenas como representantes de duas tradições veneráveis, mas também como companheiros de viagem, unidos por um compromisso comum com a paz. No centro do nosso encontro estão dois tesouros espirituais: a reconciliação e a resiliência, profundamente enraizadas em nossas respectivas crenças e capazes de construir e sustentar uma paz duradoura”
O cardeal também sublinhou que é fundamental, num contexto histórico dominado por enormes abusos, testemunhar o poder curativo da religião em benefício de um mundo que ele define como cada vez mais inquieto: «Não posso deixar de pensar naqueles que são mais afetados pela guerra e pela injustiça, naqueles que sofrem diretamente e naqueles que, cansados das manchetes de jornais repletas de tragédias, se afastaram em desespero. A realidade do sofrimento causado pela violência, pelo preconceito e pela desigualdade é inegável».
O silêncio e a indiferença ao grito dos pobres, refugiados, marginalizados, descartados, migrantes, e a intensificação das mudanças climáticas e da erosão da dignidade humana exigem, segundo o prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religio, uma resposta baseada na compaixão e no dever moral. “Nós”, argumentou ele, “não estamos sem esperança ou recursos para responder a este chamado. Nossos debates oferecem oportunidades valiosas para ouvir e amplificar narrativas positivas sobre a construção da paz, incluindo aquelas que vêm das bases. Nossas tradições espirituais oferecem tanto uma visão quanto uma missão: elas nos exortam a rejeitar a apatia e assumir a difícil tarefa de construir a paz. Elas nos desafiam a escolher a reconciliação em vez da vingança, a resiliência em vez da resignação.”
Com Informações da Vatican News