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Mais uma tungada no bolso da classe média

O governo Lula deve ter algum gênio especialista em prejudicar a imagem da gestão. Só pode ser. No ano passado, mais precisamente no dia 27 de novembro, depois de muita expectativa quanto a medidas de corte de despesas, o mercado de capitais entrou em pânico. Tudo porque os investidores esperavam há meses o pacote de corte e, quando ele foi anunciado com toda pompa e circunstância pelo ministro Fernando Haddad em um pronunciamento oficial na TV cheio de marquetagem, veio acompanhado da proposta de isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. Ou seja, veio o corte e junto uma proposta de renúncia fiscal mal explicada e que só foi efetivada três meses depois já em 2025 e para valer em 2026. Resultado, o dólar deu aquela disparada que todo mundo sentiu no bolso com o recrudescimento da inflação. 

Agora, quando ninguém esperava, o mesmo Haddad dá uma entrevista ao lado da ministra Simone Tebet, para anunciar contingenciamento mostrando preocupação com as metas fiscais e o faz acompanhado do anúncio de mais uma metida de mão no bolso da classe média através do aumento do IOF.

Resultado mais uma vez, reação negativa do mercado obrigando o governo a, horas depois do anúncio, ajustar o decreto com uma edição extra do Diário Oficial da União no qual restabelece alíquota zero de IOF sobre aplicações de fundos de investimentos do Brasil em ativos no exterior.

O objetivo é acalmar o mercado, mas o resto da tungada no bolso da classe média está mantido.  A estimativa da equipe econômica é que as mudanças no decreto devem reduzir em R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões o potencial de arrecadação com as alterações no IOF, inicialmente calculado em R$ 20,5 bilhões para 2025.

Na prática, o que as pessoas vão sentir mais diretamente é aumento no custo de viagens ao exterior, já que o decreto estabelece uma alíquota única de 3,5% de IOF sobre cartões de crédito, de débito internacional ou na compra de moeda estrangeira. Antes, a alíquota na compra da moeda estrangeira era de 1,1%, já no caso dos cartões a alíquota era de 3,38%.

A patuscada é claro já está comendo solta na rede de informação (ou desinformação) da oposição. Como aconteceu no caso do Pix e mais recentemente do INSS. Ainda mais que um decreto do ex-presidente Jair Bolsonaro, de 2022, previa a redução gradual dessa cobrança na tentativa de se alinhar com o que é praticado na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico, grupo do qual o Brasil almeja fazer parte.

Segundo o UOL publicou, dados da plataforma BuzzMonitor, que acompanha tendências nas redes sociais, apontam para um pico histórico de menções ao IOF. Cerca de 74% das 1.500 publicações coletadas pelo site nas últimas 24 horas, principalmente do X, tinham conotação negativa.

 

 


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