A Resenha Regional, informe técnico produzido pela área de Assessoramento Econômico do Banco do Brasil projeta um crescimento do PIB no Nordeste para este ano de 2,2%, valor idêntico à média nacional para o ano. O Rio Grande do Norte tem uma projeção abaixo do previsto para a região com 1,8%. O recuo industrial de 0,6% e o baixo crescimento agropecuário (+0,9%) refletem uma desaceleração acentuada após forte desempenho em 2024 no caso do RN.
Já o Piauí, impulsionado pelo setor agropecuário, deve apresentar o maior crescimento do PIB em 2025 no Nordeste, chegando a 3,7%. O aumento dos juros tende a impactar especialmente setores industriais e de serviços, além de limitar o consumo das famílias. Ainda assim, o setor agropecuário desponta como o grande vetor positivo, com crescimento nacional estimado em 6,0%, revertendo a retração de 3,2% registrada no ano anterior.
O Nordeste mostra crescimento desigual entre os estados, refletindo suas distintas bases econômicas. O Piauí lidera os avanços, puxado pela forte expansão da agropecuária, com projeção de alta de 10,5%, apoiada na revisão positiva da safra de soja. O setor industrial do estado também deve crescer 4,5%, enquanto os serviços avançam 2,5%, sinalizando um desempenho robusto em todos os eixos da economia local.
PIB do agro
Essas projeções confirmam que o desempenho agrícola será o principal fator de crescimento na maioria dos estados nordestinos, sobretudo em um cenário nacional de desaceleração econômica e juros elevados. A força do agronegócio, especialmente no Piauí e em Alagoas, garante fôlego adicional às economias locais, enquanto estados com maior peso industrial, como Pernambuco e Rio Grande do Norte, enfrentam desafios mais expressivos.
Esse cenário, segundo a Resenha Regional, evidencia a crescente dependência do Nordeste da expansão agropecuária como principal vetor de crescimento econômico. Embora o avanço do setor primário traga efeitos positivos sobre a renda e o emprego nas áreas rurais, a publicação adverte para a fragilidade estrutural da região, marcada por baixa diversificação produtiva e vulnerabilidade a choques climáticos. Além disso, a política monetária restritiva, com taxas de juros elevadas, e a redução de estímulos fiscais devem continuar a limitar o dinamismo do consumo e dos investimentos em setores como indústria e serviços.