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RN destaque na retomada do consumo no Nordeste

Depois de dois anos atrás da região Sul, o Nordeste vai voltar a ocupar, em 2025, a  vice-liderança entre os maiores centros de consumo do Brasil, ficando atrás apenas do Sudeste. De acordo com a consultoria IPC Maps, as famílias nordestinas devem movimentar R$ 1,515 trilhão neste ano, o equivalente a 18,59% do consumo nacional — superando os 18,51% previstos para os três estados do Sul. Em 2024, a diferença era inversa.

Essa virada não é apenas numérica. Ela carrega sinais de uma mudança mais ampla na dinâmica econômica regional — e o Rio Grande do Norte é um dos protagonistas desse movimento. Consumo cresce acima da média no RN

Segundo o mesmo levantamento, as famílias potiguares devem movimentar aproximadamente R$ 91,4 bilhões em 2025, o que representa um crescimento de 6% em relação ao ano anterior — mais do que o dobro da média nacional, que é de 3,01%. O estado está acompanhando — e, em muitos casos, superando — o ritmo acelerado da economia nordestina.

Os dados detalhados do IPC Maps mostram como esse consumo se distribui entre os diferentes setores da economia potiguar. As maiores despesas estão em:

• Habitação – R$ 15,17 bilhões

• Alimentação no domicílio – R$ 10,60 bilhões

• Veículo próprio – R$ 9,47 bilhões

• Alimentação fora de casa – R$ 6,04 bilhões

• Higiene e cuidados pessoais – R$ 3,80 bilhões

• Planos de saúde e odontológicos – R$ 3,06 bilhões

• Educação – R$ 2,38 bilhões

• Medicamentos – R$ 2,37 bilhões

• Vestuário – R$ 2,35 bilhões

• Recreação e cultura – R$ 1,89 bilhão

Natal ainda lidera, mas interior avança

Mesmo com uma leve retração no consumo em 2024 (queda de 4,3%), Natal ainda responde por quase um terço (32,9%) de tudo que é consumido no estado. Em seguida, vêm os municípios de Parnamirim (11,4%), Mossoró (8,9%), São Gonçalo do Amarante (3,1%) e Caicó (2%), revelando uma interiorização gradual do consumo.

Turismo e serviços impulsionam o crescimento

Vários fatores ajudam a explicar esse avanço do consumo no RN. Além de políticas federais como o aumento do salário mínimo e o fortalecimento do Bolsa Família, o estado vem se destacando em dois eixos estratégicos: o turismo e os serviços. Com a desvalorização do real frente ao dólar, viajar para o exterior ficou mais caro, e o turismo nacional se fortaleceu. O Nordeste tem sido o principal beneficiado — e o RN, um dos destinos mais procurados. Nos primeiros quatro meses de 2025, os aeroportos da região receberam mais de 159 mil turistas estrangeiros, superando os 105 mil do mesmo período de 2024. Natal, Pipa e outras regiões do litoral potiguar têm registrado alta ocupação e movimentado toda a cadeia produtiva ligada ao setor.

Além disso, o setor de serviços no estado teve a maior alta do Brasil em janeiro de 2025, com crescimento de 6,7% em relação ao mesmo mês de 2024, puxado por atividades de informação, comunicação e turismo.

Um novo protagonismo regional

O avanço do Nordeste como potência de consumo é resultado de uma combinação de fatores estruturais e conjunturais. No caso do RN, soma-se a isso o crescimento da renda, a geração de empregos e os investimentos em setores estratégicos como energia renovável, tecnologia e infraestrutura urbana.


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