O senador Styvenson Valentim trocou o Podemos pelo PSDB, mas agora vê ameaçado seu projeto de reeleição caso permaneça na legenda, cuja Executiva nacional aprovou hoje, de forma unânime, a fusão com o Podemos. A decisão é parte de uma estratégia mais ampla não apenas para preservar a relevância da sigla, que enfrenta o declínio desde 2018, mas também para tentar construir um projeto para 2026.
O problema é que no Rio Grande do Norte, os tucanos, depois da dissidência de quatro deputados estaduais no caminho do PL bolsonarista, fazem parte da base do governo, liderados pelo presidente da Assembleia, deputado Ezequiel Ferreira de Souza e agora, o próprio presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, afirmou que a tendência da nova sigla é buscar uma federação com um partido maior que pode ser o MDB ou o PSD, ambos partidos que devem compor a chapa com o PT local nas eleições do ano próximo ano.
O novo partido, com o nome inicial PSDB+Podemos, terá 28 deputados, sete senadores, pouco mais de 400 prefeitos e, por enquanto, dois governadores: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul, trabalha com a possibilidade de migrar para o PSD. Para avançar com a costura, a executiva do PSDB convocou uma convenção nacional para o dia 5 de junho, data em que os tucanos deverão deliberar eventuais mudanças no estatuto interno para viabilizar a fusão.
FUSÃO PARA QUÊ?
As fusões entre partidos são a fórmula encontrada pelos políticos das pequenas legendas para sobreviver diante das novas regras da legislação eleitoral como a cláusula de barreira. Atualmente, os partidos precisam obter pelo menos 2% dos votos válidos distribuídos em um terço dos estados, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles, ou eleger pelo menos 11 deputados federais para terem acesso ao fundo partidário e ao tempo de propaganda gratuita no rádio e na TV. Isso dificulta a sobrevivência de partidos menores, que não conseguem atingir esses critérios.
Além disso, desde 2020, os partidos não podem mais formar coligações para eleições proporcionais. Antes, partidos pequenos se uniam a legendas maiores para garantir cadeiras no Legislativo. Com o fim dessa prática, cada partido precisa atingir sozinho o quociente eleitoral, o que torna mais difícil para siglas menores eleger representantes.
Com essas mudanças, muitos partidos pequenos estão sendo forçados a se fundir ou formar federações para garantir sua sobrevivência. A fusão entre PP e União Brasil e a união entre PSDB e Podemos são exemplos desse movimento de adaptação às novas regras.