O Governo do Rio Grande do Norte divulgou uma nota oficial manifestando preocupação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de elevar para 50% as tarifas de importação sobre produtos brasileiros a partir de agosto. O alerta, segundo o governo estadual, justifica-se pelos números recentes do comércio exterior potiguar: apenas nos seis primeiros meses de 2025, o volume exportado pelo estado para os EUA já iguala todo o montante registrado em 2024.
Somente entre janeiro e março deste ano, o RN exportou US$ 26,2 milhões aos Estados Unidos, e importou US$ 9,8 milhões, registrando superávit de US$ 16,4 milhões. No ano passado, as exportações totais somaram US$ 67,1 milhões, contra US$ 76,2 milhões em importações — um intercâmbio bilateral robusto que justifica a preocupação com os efeitos da nova tarifa.
Entre os principais produtos exportados pelo estado para os EUA estão mangas frescas, castanha de caju, sal marinho, querosene de aviação, granitos, albacoras e caramelos. Já entre os itens importados destacam-se óleo diesel, gasolina, trigo, medicamentos e polímeros utilizados pela indústria.
A medida do presidente Trump, que integra uma nova ofensiva tarifária da gestão norte-americana, tem sido acompanhada com atenção pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação desde março, quando começaram os primeiros anúncios. A preocupação é preservar a competitividade das exportações do Rio Grande do Norte, diante do peso que o mercado norte-americano representa para a balança comercial do estado.
Na nota, o Governo do Estado defende uma atuação conjunta com o Governo Federal e o setor produtivo para mitigar os impactos das novas tarifas. As medidas recomendadas incluem o mapeamento das barreiras tarifárias e não tarifárias em vigor, capacitação técnica dos exportadores locais sobre padrões internacionais e sanitários, articulação de acordos comerciais e fitossanitários, incentivo à diferenciação de produtos com foco em sustentabilidade e abertura de novos mercados, especialmente na Ásia e na América Latina.