A máquina verde chinesa está acelerando a transição energética global
Reportagem no New York Times mostra que a China emergiu como superpotência de energia renovável, exportando painéis solares, turbinas eólicas e veículos elétricos (EVs) para o Sul Global. Essa tecnologia de baixo custo permite que economias em crescimento, como Brasil, Índia e nações africanas, "saltem" a fase de combustíveis fósseis. O movimento está reduzindo a dependência de importação de petróleo e gás, ajudando essas nações a alcançar metas climáticas ambiciosas mais rapidamente.
O que isso significa → O investimento chinês no Sul Global, que superou o Plano Marshall, inverte a dinâmica geopolítica climática. Em vez de pressão ocidental, a China oferece uma solução econômica viável. As nações em desenvolvimento agora adotam energias limpas por razões de soberania e desenvolvimento econômico, tornando-se protagonistas da transição.
Custo decrescente → A rápida adoção de energias limpas nas economias emergentes é vital, pois elas representam a maior parte do crescimento energético futuro. O custo decrescente da tecnologia chinesa acelera a descarbonização em regiões-chave, o que é fundamental para a meta global de manter o aquecimento sob controle, apesar da persistente dependência de combustíveis fósseis.
O Futuro → Espera-se que essa tendência se intensifique, solidificando a China como líder em tecnologia verde e o Sul Global como protagonista. A competição deve baratear ainda mais as soluções limpas, democratizando o acesso a um futuro de baixa emissão de carbono globalmente.
Consórcio Nordeste e Fazenda unem forças pelo investimento verde
O Consórcio Nordeste, sob a nova presidência de Rafael Fonteles (PT/PI), firmou um Memorando de Entendimento com o Ministério da Fazenda (MF), representado por Fernando Haddad (PT). O objetivo é conectar projetos regionais de energia renovável ao Plano de Transformação Ecológica do governo federal. O foco principal é integrar a plataforma do Consórcio ao Programa EcoInvest, que oferece proteção cambial para atrair capital estrangeiro e financiar iniciativas sustentáveis na região.
O que isso significa → Este memorando é uma estratégia inteligente de integração de políticas. Ele garante que o Nordeste, com sua vantagem comparativa em geração de energia limpa, tenha acesso preferencial aos recursos e mecanismos do Plano de Transformação Ecológica do MF. A inclusão no EcoInvest, política de proteção cambial sancionada em outubro de 2024, é o ponto chave, pois minimiza o risco cambial para investidores de fora, facilitando a entrada de capital crucial para projetos de grande escala.
A Importância para as mudanças climáticas → O memorando prioriza projetos de Transformação Ecológica, descarbonização da economia e a preservação do bioma da Caatinga. O Nordeste é uma das regiões mais importantes do Brasil para a geração de energia renovável. Ao alavancar o financiamento para eólica, solar e, potencialmente, hidrogênio verde, o acordo acelera a matriz energética limpa do país, contribuindo diretamente para o cumprimento das metas brasileiras de redução de emissões e para o combate ao aquecimento global.
Projeção → A projeção é que esta parceria resulte em uma onda significativa de investimentos estrangeiros na infraestrutura verde do Nordeste, estabelecendo a região como um hub global de energia limpa. Os projetos identificados e facilitados pelo MF têm o potencial de gerar empregos alinhados à descarbonização e promover a inclusão social, consolidando um modelo de crescimento econômico sustentável e justo. O sucesso dessa integração será um modelo replicável para outras regiões, fortalecendo o Brasil em sua posição rumo à COP30.
94% dos brasileiros sentem na pele os efeitos do clima
Uma pesquisa da Quaest revela que 94% dos brasileiros afirmam já ter sentido pelo menos um efeito das mudanças climáticas na região onde vivem. A principal alteração relatada por 69% dos entrevistados são as ondas de calor. Secas prolongadas (42%) e a mudança no padrão das estações (35%) também são citadas. A grande maioria, 77%, diz estar preocupada com o tema, demonstrando que a crise climática é uma realidade percebida pela população.
Números mostram apoio a ações → Os dados da Quaest indicam que a discussão sobre a crise climática deixou de ser apenas teórica para se tornar uma experiência vivida e tangível para a esmagadora maioria da população brasileira. A alta taxa de percepção (94%) e preocupação (77%) demonstra que há um capital social e político significativo para apoiar ações e políticas de combate às mudanças do clima. A coincidência da divulgação com a realização da COP30 na Amazônia ressalta a urgência e a relevância do tema no cenário nacional e internacional, especialmente com a alta responsabilização do setor produtivo (84%) como principal causador do problema.
Poderoso aliado →O fato de 94% dos brasileiros sentirem os efeitos, principalmente as ondas de calor, cria uma demanda social por medidas de mitigação e adaptação mais eficazes, como a transição energética e o planejamento urbano resiliente. Como destacou a diretora da Quaest, o brasileiro se torna um aliado poderoso na busca por soluções, o que pode pressionar o governo e, principalmente, o setor produtivo, a acelerarem a descarbonização da economia.
Tendência → A tendência é que a justiça climática se torne um tema central, já que os efeitos afetam desproporcionalmente os mais vulneráveis. Espera-se que a alta preocupação se traduza em mudanças de comportamento no consumo e em um voto mais consciente em líderes que priorizem a agenda ambiental e o combate às mudanças climáticas em suas plataformas.
O que mais
👍 A Vigília pela Terra chega em Belém do Pará em uma mobilização inter-religiosa e cultural que une fé, espiritualidades e cultura em ação por justiça climática. A Praça Batista Campos será palco deste encontro, que será realizado nesta quinta-feira, 13 de novembro, a partir das 17h30. O evento vai reunir diferentes lideranças religiosas representantes de mais de 10 tradições religiosas e espirituais, de povos originários, movimentos sociais, artistas, ambientalistas, coletivos e ativistas para uma celebração inter-religiosa em defesa da Terra.
👍 A Chamada Pública de Mitigação Climática do BNDES recebeu 45 propostas de fundos de investimento que têm potencial de mobilizar até R$ 73,7 bilhões em investimentos sustentáveis. As propostas apresentadas demonstram uma demanda de R$ 21 bilhões em apoio financeiro do banco e abrangem projetos de descarbonização de processos industriais, transição energética, infraestrutura para adaptação climática, tecnologia para agricultura verde, restauração ecológica, reflorestamento e conservação de florestas. Os números foram divulgados pelo presidente do banco, Aloizio Mercadante, durante a COP30.
👍 A JBS apresentou, durante a COP30, o projeto Escritórios Verdes, uma das principais iniciativas da empresa para promover práticas de agricultura regenerativa entre pequenos produtores rurais. Na primeira fase, o Escritório Verde auxilia produtores em situação irregular em processos de regularização ambiental e reflorestamento, evitando que sejam bloqueados como fornecedores da companhia. Em seguida, oferece assistência técnica para melhorar a eficiência produtiva e reduzir impactos ambientais. A terceira etapa, denominada Escritório Verde 2.0, amplia o suporte à gestão das propriedades rurais, integrando informações sobre produtividade, uso de recursos naturais e desempenho ambiental - uma abordagem que, segundo a empresa, oferece uma visão completa do ciclo produtivo.
Frase do dia
“Existe uma frase bíblica que diz “Pode sair alguma coisa boa de Nazaré?” Que, sob as bençãos de Nossa Senhora de Nazaré, algo de lindo nasça em Belém, 2025”,
Nizan Guanaes, publicitário